domingo, 12 de setembro de 2010

Ver, em silêncio

Não poderia saber nada de mais absoluto sobre ela, a não ser ela própria. Fazendo algumas perguntas, tu ouviria respostas. Nas respostas ela poderia mentir, dissimular, e a realidade que estava sendo, a realidade que agora era, seria quebrada. E pois, não fazendo perguntas, tu aceitaria a moça completamente. Desconhecida, ela seria mais completa que todo um inventário sobre o seu passado. Descobriria que as coisas e as pessoas só o são em totalidade quando não existem perguntas, ou quando essas perguntas não são feitas. Que a maneira mais absoluta de aceitar alguém ou alguma coisa seria justamente não falar, não perguntar - mas ver. Em silêncio.

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